sábado, 9 de maio de 2009

Short and useless post.

Sento-me na mesa. Tensão em volta de mim. I. e L. sentam-se também. Percebo que ele já chegou na cantina. Penso: "Não vou olhar" e começo a puxar papo com meus colegas:
_ Aff, a aula tá um saco, não é mesmo?
_ Verdade - responde I. - ninguém merece...
Silêncio da parte de L.
_ De quem são as próximas aulas? - retomo, pensando compulsivamente: "não vou olhar, não vou olhar, não vou olhar".
_ Ah, do (nome do professor) e da (nome da professora).
_ Aff - dou essa resposta com ar enfadado.
O papo acaba. Dou uma olhadinha pelo canto do olho para a mesa onde ele está sentado, logo retomo minha posição. "Não vou olhar", penso eu, desesperada. "Não vou olhar, onde já se viu ficar olhando pra homem comprometido?". Puxo uma nova conversa:
_ Quero ir embora...
_ Eu também - responde I.
Mais silêncio da parte de L. Ele só fala mesmo quando o Corinthians ganha ou a T. está na mesa.
O papo acaba novamente. Não consigo me controlar e acabo olhando uma vez. Olhando duas. Olhando o recreio inteiro. Ninguém percebe. Mais papos puramente fáticos rolam, e eu olhando. De repente, um silêncio em minha mente. "Nunca poderei tê-lo", penso em meio à quietude. Com uma sensação estranha no peito, anuncio:
_ Vou ao banheiro.
O primeiro sinal toca, e, antes que o segundo toque me chame, estou na classe, olhando o pouco movimento na rua e pensando, pensando sem parar em como tudo parece distante.